"Um ano de pura felicidade nos Estados Unidos" - A Carlota como Au Pair
Participei no Programa AuPair de Setembro de 2008 a Setembro de 2010.
Quando me inscrevi no programa já tinha uma família destinada, pois a minha irmã participou no programa durante dois anos e esteve na família para a qual eu fui.
Foi uma experiência magnífica tanto a nível pessoal como profissional e nunca me esquecerei de todos os momentos que me foram proporcionados.
Desde o momento que acabei o secundário, não conseguia parar de pensar na minha ida para os Estados Unidos da América. Passei o verão inteiro a trabalhar como baby-sitter e duas semanas foi o tempo que tive para estar com a família e amigos antes de partir para esta aventura.
A primeira semana foi passada em Nove Iorque num workshop sobre crianças e sobre todo o trabalho que iríamos realizar como AuPair. No workshop tive oportunidade de conhecer AuPairs vindas de um enorme número de diferentes países, o que foi fantástico para sentirmos que não estamos sozinhas nesta experiência. Tive imensa sorte de ter ido com mais uma portuguesa e na escala que fizemos na Alemanha, conhecemos uma alemã e uma francesa. A minha colega de quarto era do Japão. Ao longo destes dias conhecemos Nove Iorque no nosso tempo livre. Estava muito empolgada por estar a conhecer um país no qual nunca tinha estado e por sentir que este era apenas o começo. No final da semana (que passou a correr) trocámos e-mails entre nós para nos podermos ir comunicando.
No dia em que fomos para as famílias, sentia-me bastante ansiosa e desejosa por conhecer a minha “nova família” e a zona onde eles moram (Virginia Beach, Virginia). Ao aeroporto, foram-me buscar a Susan (mãe) e o Jack, que na altura tinha 3 anos de idade. O pai e o Will, de um ano, estavam no restaurante à nossa espera. No restaurante encontrava-se também um casal muito amigo da família. Lembro-me deste dia como se tivesse sido ontem. Eu estava tão feliz.
Sinto que a minha adaptação à família foi difícil em certos pontos, mas passado uns quatro meses, já estava completamente à vontade. Naquilo que tive mais dificuldades em adaptar-me foi ao horário de jantar e ao facto de a família ser apenas composta por quatro elementos, pois sou de uma família grande e não estava habituada ao sossego no qual a família vive.
O meu inglês melhorou bastante ao longo de dois anos, mas inicialmente tive de fazer um enorme esforço para tentar perceber as coisas. Tive situações engraçadas em que a Susan me pedia para fazer coisas que pela minha interpretação eram outras. Vi muita televisão com legendas em inglês e lia muitos livros ao Jack e ao Will para ganhar cada vez mais vocabulário. Os meus primeiros dois meses foram fantásticos. Estava a conhecer uma outra cultura e tudo para mim era novidade.
Não tive muita sorte com a conselheira que me seguiu inicialmente, o que não ajudou em nada a minha adaptação. Passei por um “home-sick” ao fim de dois/ três meses após a minha chegada aos Estados Unidos. Senti-me sozinha, mesmo tendo por perto a família e alguns amigos que eram também amigos da minha irmã. Durante esta fase, havia dias em que me acordava bastante feliz e dias em que sentia completamente o oposto.
Quando comecei a ir à escola e a conhecer mais pessoas, comecei a sair regularmente e isso ajudou-me não só a inserir-me na sociedade como na cultura. Sentia-me como “nova”.
Inicialmente, participava muito nas atividades familiares fora do horário de trabalho e, conforme ia tendo mais amigos, fui dando cada vez mais espaço à família.
A família Murphy fez-me sentir como se fosse uma irmã mais velha para o Jack e o Will. Senti-me bastante integrada na família e respeitamo-nos mutuamente. Tanto a mãe como o pai eram bastante flexíveis e honestos, super ocupados com os seus trabalhos, mas muito atentos ao que os rodeia.
No meu primeiro ano, o Jack tinha escola todos os dias de manhã e o Will estava sempre comigo. O Will ainda dormia sesta depois de almoço e no segundo ano ano já não, tendo igualmente escola mas só três dias por semana. Durante a tarde fizemos sempre tudo o que se possa imaginar de divertido para crianças, desde ir a museus, parques de baloiços a ficar em casa para brincar. À medida que fui conhecendo outras AuPairs na zona, fomos combinando “play-dates” e proporcionávamos às crianças tardes de inteira diversão umas com as outras enquanto nós mesmas ficávamos felicíssimas de os ver alegres.
Durante a minha estadia conheci pessoas dos quatro cantos do mundo. A cultura americana tem uma quantia imensa de nacionalidades e costumes das várias culturas do mundo.
Tenho imensas saudades de todas as atividades que costumávamos realizar com as crianças, principalmente deles mesmo! O último dia que passei com eles custou-me muito, mesmo sabendo que estava a voltar para a minha família de origem.
Gosto muito de viajar e conhecer novas culturas. Amei ter sido AuPair pelo facto de, entre outras coisas, ter morado numa família americana e de ter melhorado o meu inglês.
Aconselho vivamente a todas as pessoas novas que gostem bastante de trabalhar com crianças a participar no programa.
Carlota Napierala"
Mais um artigo sobre a MultiWay no blog da Gap Year Portugal.
Comentários
Enviar um comentário